(…) O toque do telemóvel ecoou
algures no meio da escuridão.
Ainda sonolento, procurou às
apalpadelas na mesa-de-cabeceira.
O número era desconhecido. Virou o
olhar na direcção do despertador que marcava cinco e cinquenta e oito da manhã.
– Sim? – Atendeu estremunhado.
«Inspector Alex?» – Perguntou uma
voz de homem do outro lado da linha. – «Desculpe, mas temos uma ocorrência na
zona do Intendente. É necessária a sua presença.»
– Dentro de meia hora estou aí. –
Respondeu.
Piscou por diversas vezes os olhos
tentando sair da letargia em que se encontrava. Dirigiu-se à casa de banho onde
e após refrescar o rosto com a água fria despertou rapidamente.
Dez minutos e circulava pelas ruas
ainda pouco movimentadas.
O sol despontava no horizonte.
Riscando o céu nuvens finas de aparência sedosa como se de um fio se tratassem.
Sensivelmente dentro do tempo
previsto chegou ao local indicado. A presença de luzes intermitentes de tom
azulado confirmou a presença da polícia.
– Inspector. – Disse um agente mal
acabara de se apear. – Não vai ser fácil lidar com o que vai encontrar.
Alex mostrou-se surpreso. Furou por
entre alguns curiosos que se começavam a juntar, na sua maioria composta por
toxicodependentes que predominavam naquela zona da cidade. Era uma ruela imunda.
A meio, alguns agentes circundavam
um corpo de mulher prostrado sem vida sobre os paralelos da calçada. (…)
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In “O Herdeiro de Antioquia”, a obra de estreia de Paulo
Costa Gonçalves
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